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"des-IPO", a saída da BOVESPA

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    Investment Banking
  • 25 de fev. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 26 de fev. de 2019

Marcelo Cabral fez uma matéria muito bacana para a Época Negócios desta semana (Título: "Quem vai reavivar a economia, promover a reforma política e unir o país?") sobre a onda de fechamento de capital na BOVESPA, para a qual eu contribuí.


Abertura de capital vs. fechamento de capital e empresas prosperarem vs. empresas quebrarem fazem parte de um mercado de capitais saudável. É o ciclo da economia espelhado no mercado de capitais, que sinaliza o amadurecimento do nosso mercado (que ainda tem muito para amadurecer).


Diversas empresas estão aproveitando os preços depreciados de suas ações na bolsa de valores para fechar o capital e deslistar suas ações da BOVESPA. Naturalmente, o termo "des-IPO" não existe (o correto é fechamento de capital, em inglês eu usaria o termo "delisting"), mas contrapõe à onda de abertura de capital (IPOs) que testemunhamos nos últimos anos, especialmente entre 2005-2008.


Algumas pessoas ficam chateadas com este processo de saída da BOVESPA, quase que se sentindo traídas, como se fosse um pecado sair da bolsa de valores. Afinal, o processo de listar suas ações na BOVESPA (fazer um IPO) é um desafio enorme, superado por poucos. Não é para qualquer um. Se foi tão difícil entrar, porque sair agora??


Embora não gostamos de pensar desta forma, o mercado de ações é especulativo. Sim, investir em ações envolve riscos. Somos lembrados disso a todo instante, mas o investidor comum tende a pensar que não é com ele. Fomos mal acostumados, historicamente, com a oferta de ações de grandes empresas estatais, nem sempre as mais lucrativas, mas que certamente não quebrariam. 2004/05 marcou o começo de uma bolsa de valores "de verdade", onde empresas boas e ruins, novas e antigas, financiaram suas atividades/ crescimento/ investimento no mercado de capitais de ações.


Assim, é natural que ao longo do tempo tenhamos momentos propícios para aberturas de capital. São momentos de expansão, marcados pela confiança do consumidor. Os preços das ações tendem a estar bem valorizados, sobram investidores interessados. Há outros momentos que são marcados pela insegurança e incerteza (como hoje). Os preços da ações tendem a estar depreciados, os investidores somem. Eventualmente, a sua melhor oportunidade de investimento é a sua própria ação, cujo movimento de recompra de ações, no limite, leva ao fechamento de capital. Entre um ciclo de abertura e um ciclo de fechamento de capital, algumas empresas vão sucumbir. Outras serão compradas. Estes movimentos são perfeitamente saudáveis no mercado de capitais e testemunham o amadurecimento do nosso mercado.


É claro que eu preferiria que a OGX não tivesse sucumbido. Eu também preferiria que a BAT não tivesse deslistado a Souza Cruz da BOVESPA. Ou que ainda tivesssemos as 13 ações de telecom listadas na BOVESPA no momento da privatização da Telebras em 1998. Mas o mercado de capitais é dinâmico, e hoje temos mais e melhores empresas listadas.


Algumas empresas deixarão saudades (outras nem tanto), mas ainda temos ótimas opções de investimento na BOVESPA, e outras tantas virão no próximo ciclo de IPO. Quem viver, verá.



José Securato é Sócio-Fundador da Saint Paul Advisors, uma boutique de M&A.


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